Casa do Hip Hop de Diadema foi um dos equipamentos
culturais que sofreu alterações na administração com a nova gestão; ong Zulu
Nation foi desvinculada da Casa
A Secretaria de Cultura de Diadema estuda a
eliminação de ONGs e associações intermediárias para a administração de
equipamentos públicos como novo modelo de gestão. De acordo com o secretário da
pasta, Gilberto Moura, o Giba da Cultura, a medida pode entrar em vigor em
junho ou julho, caso seja selecionada como melhor alternativa para conduzir
serviços culturais oferecidos pela Prefeitura. A ONG Zulu Nation já foi
desligada da atual coordenação da Casa do Hip Hop, espaço que a própria
entidade fundou em 1999.
De acordo com informações do secretário, o
procedimento pode ser adotado em virtude de um questionamento do Tribunal de
Contas da União em relação ao formato anterior de operação das ações. “Estamos
tentando não contratar mais ONGs porque apresentaram problemas com vínculos
empregatícios”, disse Moura, ao relatar que muitas das entidades sofreram
processo judicial por problemas de pagamento a funcionários. “As consequências
eram usar dinheiro público que poderia ser investido em projetos para quitar
dívidas trabalhistas”, complementou.
A nova forma de contratação passará por um período
de análises para que se defina a mais compatível com a nova gestão. “Ao invés
de convênios diretos com ONGs, procuraremos fazê-lo por conta própria por uma
questão administrativa que atenda aos pedidos do Tribunal de Contas.” No caso
da Casa do Hip Hop, Giba frisou que, apesar do fim do convênio com Zulu Nation,
o número de contratações de oficineiros foi ampliado.
O local passou por pequenas reformas estruturais e
reabre as portas para cursos regulares a partir de segunda-feira (18/03). As oficinas
aplicadas eram de dança de rua, dança de salão, samba rock, capoeira, oficina
de bonecos, teatro infantil, ginástica, pintura em tela, circo e violão.
A assessoria da secretaria divulgou a
incorporação de novas atividades na grade como discotecagem e mestre de
cerimônias (MC). O Centro Cultural Nogueira e Promissão terá oficinas de
grafite.
Mudança não satisfaz os fundadores
Precursores e referências do movimento hip hop
nacional como King Nino Brown, cidadão honorário de Diadema, e Nelson Triunfo,
componentes da Zulu Nation, que em Diadema possui 10 integrantes, ficaram de
fora da condução da Casa do Hip Hop. Em fevereiro deste ano, a ONG teve 7.871
votos populares e recebeu o Prêmio Governador do Estado para a Cultura
2012 na categoria Inclusão Cultural.
A Zulu Nation recebia para administrar as
oficinas, mas o contrato venceu em dezembro de 2012. A Prefeitura atual optou
por não renovar a relação com a entidade. Para Nino Brown, a ONG tinha relação
com a comunidade desde 2002.
O presidente da Zulu Nation crê que o fato de a
ONG ter operado durante gestões petistas tenha incentivado a gestão atual, do
PV, a associá-la ao partido anterior e, consequentemente, cortado o convênio.
“A gente se sente expatriado. Nossa relação é independente de partido”,
protestou Nino Brown.
Entretanto, o secretário Gilberto Moura alegou que
a ação teve como objetivo a otimização de recursos. Enfatizou também que
reconhece o valor dos precursores e tem respeito por quem construiu a Casa do
Hip Hop e não quer perseguir ninguém.
Moura explicou que o novo procedimento de seleção
de oficineiros foi aberto e que Nino, por exemplo, não participou. “Não posso
contrariar um edital ou contratar alguém por ser precursor do Hip Hop.”
Reprodução/texto: www.abcdmaior.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.